Carta 54: Por amor de Israel
Sobre a noção de «judaico-cristianismo», a influência do Professor Olavo de Carvalho e muito mais
Queria dizer, como René Guénon, que não temos por hábito, em nossos trabalhos, nos referirmos à atualidade imediata. Mas desde algum tempo, no trabalho de reavaliação que tenho conduzido sem pressa nenhuma sobre o pensamento da «nova direita», os efeitos de certos princípios neoconservadores americanos na inteligência brasileira têm se tornado muito evidentes. O ataque do Hamas ao Estado de Israel no dia 7 de outubro nos traz a oportunidade perfeita para tocar essa exploração em diante.
Por que me preocupo com isso? Não sou um analista político, mas essa questão que quero explorar está dentro dos limites do que entendo ser necessário para a constituição duma consciência tradicional no Brasil. Um dos problemas da intelectualidade brasileira é que sendo órfã de personalidade, de elementos concretos constitutivos duma tradição, procuramos nos afiliar às tradições intelectuais, certas ou erradas, dos outros.
Uma delas é esse amor em ebulição pelo Estado de Israel.